Um grupo interdisciplinar, composto por pesquisadores das instituições Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Universidade Federal do Amazonas (UFA), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de São João Del Rey, atualizou pesquisa sobre a incidência da Covid-19 em Curitiba, e alerta em novembro e dezembro deste ano haverá um crescimento abrupto das internações e óbitos, depois de uma pequena queda nos meses anteriores. O estudo revela que, depois desse período, vai haver redução nos números em janeiro. A cidade chegará a uma taxa média superior a dez mortes diárias nos primeiros meses de 2022. Todavia, se forem adotadas as recomendações do trabalho científico, poderão ser evitadas até 1.600 mortes antes da virada do ano.

O modelo utilizado pelo Instituto foi a o SEIR (Suscetíveis -Expostos -Infectados -Recuperados). Através deste modelo, o INPA alertou em 8 de março de 2021 que a terceira onda de Covid-19, que se projetava para Curitiba, teria um impacto de até quatro vezes o número de internações e óbitos vivenciados nas duas primeiras ondas.

Análises anteriores para a cidade de Curitiba mostraram que o isolamento social, aplicado entre os dias 13 de março e 4 de abril com a finalidade de conter a terceira onda de Covid-19, foi eficaz para minimizar essa onda vivenciada pelo município. Estima-se que foram evitadas pelo menos 1.500 mortes no período de isolamento social. “Dada a situação que se projeta para Curitiba, recomendamos um lockdown de 21 dias, devendo se aproximar de pelo menos 80% de redução da mobilidade urbana. A adoção de período insatisfatório para controle da pandemia representa um risco de novo aumento de casos e óbitos”, recomenda o pesquisador Lucas Ferrante, do INPA.

Além disso, ele informa que o retorno das aulas presenciais ou híbridas deve ser suspenso imediatamente e retomado apenas após vacinação abrangente de 90 a 95% de toda a população.

Aliado ao isolamento social, ainda segundo o estudo, deve-se manter a vacinação da população e, se possível, aumentar as taxas de imunização. Ferrante ressalta que a “ausência de medidas restritivas baseada apenas em pareceres de órgãos estaduais ou municipais de vigilância e controle, ignorando especialistas da área de instituições de pesquisa, têm resultado em eventos catastróficos de recrudescimento da pandemia no Brasil”. O pesquisador ressalta que “adotar as recomendações do estudo pode evitar até novas 1.600 mortes para Curitiba até o final de 2021, preservando a vida de adultos e crianças”.

 

Acesse, aqui, a íntegra do estudo.