Estive duas vezes em Lisboa. Adoro a cidade. O problema é entender o idioma do lisboeta. Pantufa lá é chinelo de quarto, banheiro é casa de banho e geladeira se chama frigorífico. Fica complicado o entendimento.
Numa noite, fui a um bar. Comecei pedindo um chope. Logo vim a saber que o nome era fino. Em seguida, solicitei frutos do mar para acompanhar. Eram, na verdade, amêijoas.
Fiquei um tempo ali, bebendo meu fino com amêijoas e pensando na morte da bezerra. Ou almalho.
Dirigi-me até o caixa para pagar a conta e pedi chicletes.
— Como? — perguntou o atendente.
— Goma de mascar — arrisquei.
Como ele continuava sem compreender, apontei para a embalagem atrás dele.
O gajo deu uma risada e disse:
— Ah, pastilhas elásticas!